O Verão do nosso desconfinamento
A pandemia que vivemos trouxe muitas reflexões a todos nós. Redefiniu-nos também nas nossas escolhas, na forma como as fazemos, em mil cuidados que se arrastam, em cada comportamento que temos, enfim, estamos todos a reaprender a viver.
O medo e a insegurança falam mais alto nesta
crise. As viagens para fora do país este ano serão algo fora de questão para
muitos. Para as carteiras de outros, nem sequer estão na lista.
O Turismo interno terá e vai ser a escolha. As entidades nacionais há meses que começaram a fazer o apelo e nunca imaginámos que fosse tão barato, em termos publicitários, captar a atenção do turista nacional no meio de uma crise. Assim está a ser.
Basta percorrer as redes sociais e tudo isto é elucidativo. São posts e mais posts sobre as maravilhas do país, em fotos e vídeos sem parar. Desde gente pública a anónimos, afinal, tínhamos um país tão precioso e não o sabíamos. É certo que a generalização é perigosa e não é isso que aqui estou a fazer, sobretudo porque conheço imensas pessoas que sempre olharam para Portugal como ele merece.
Há um ano, muitos dos que agora veneram Portugal – porque não há outra opção – postavam maravilhas sim, mas das Maldivas, de Cuba, do México, e sei lá mais o quê.
Não tem mal absolutamente nenhum fazer férias no estrangeiro. Mas infelizmente não posso ter a memória curta, e olho para isto com alguma tristeza. Mas também há males que nos fazem bem. Bem sei que sou suspeita, porque há muito que percorri este país, de norte a sul, e me entranhei nele, tendo-me tornado uma defensora muito cega até da portugalidade. Sei que pode ser um grito de injustiça porque o que muitos hoje apreciam, há anos que eu já o descobri. O histórico deste blogue é um bom exemplo disso (no final deixou-vos algumas sugestões). Gentes que resistem, aldeias que sobrevivem ancoradas nas suas tradições ancestrais, produtos que a terra dá, paisagens de cortar a respiração e que enchem de um orgulho que grita Portugal.
É bom que todos nós, enquanto portugueses, olhemos para dentro com outros olhos. Não faz mal que tenha sido uma crise a obrigar-nos a olhar para Portugal de outro modo. O mais importante é que consigamos ver melhor os tesouros que temos, os mesmos tesouros que os turistas descobriram por cá há décadas.
Este, como diz o título deste texto, pode bem ser o Verão do nosso desconfimanento. E como tem de ser devagarinho, dá-nos a possibilidade de o saborearmos melhor. E, digam lá, há lá melhor do que Saborear Portugal?
Sugestões para Descobrir Portugal:
À descoberta de...Alcoutim: nas margens do Guadiana há um «outro Algarve» para descobrir
Algarve. Entre a serra e o mal, eis o Barrocal.
Algarve serrano: à descoberta da paciente cozinha do Sul
Douro Vinhateiro: À descoberta...da Quinta do Bomfim
Regresso ao coração do Douro Vinhateiro
Viagem ao Portugal do fantástico!
À descoberta de Montalegre: Planalto da Mourela
Belmonte: a vila que deu ao mundo Pedro Álvares Cabral
Ares serranos, sonhos que se perpetuam
Parte I - Um Minho que nos abraça!
À descoberta de Castelo Novo: a aldeia que se aconchega no abraço da Gardunha
À descoberta do Santo André: o navio-museu que evoca memórias da pesca de bacalhau
À descoberta dos sabores conventuais que adoçam a cidade da Ria
À descoberta do Aquário Vasco da Gama: a montra centenária do mar português
À descoberta da cerâmica Vista Alegre em Ílhavo
À descoberta dos petiscos da Gafanha da Nazaré
Cartaxo: «memórias fotográficas» cataloga história local
Belmonte: a vila que deu ao mundo Pedro Álvares Cabral
Ílhavo: à descoberta do museu que guarda um mar de narrativas épicas
Funchal: a pérola do Atlântico estendida e desnudada
Seia: há um século, a luz brilhou na Estrela
À descoberta do Parque Biológico da Serra da Lousã
À descoberta de Bragança: da Terra Fria, com amor!
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